1) Saúde mental dos adolescentes privados de liberdade:
A criminalidade e a violência urbana praticada por adolescentes têm sido objeto de discussão na atualidade. O Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002) aborda a violência como um problema de saúde pública.
Nesse sentido, é imprescindível o enfoque prioritário da promoção de saúde nas políticas do socioeducativo destinadas ao adolescente autor de ato infracional.
O adolescente atravessa um período da vida com modificações corporais, construção de identidade e definição de papéis sociais que permitirão a inserção na vida adulta. Assim, o adolescente busca experimentar incessantemente diferentes maneiras de viver, podendo por vezes praticar atos violentos (MELLO, 2006).
O adolescente que se encontra em privação da liberdade (internação) deve ser acompanhado por estabelecimento educacional e assistido por programa pedagógico pautado na cidadania, convivência comunitária e familiar, escolarização, profissionalização, saúde e inclusão produtiva (SINASE, 2006). Nesta mesa vamos discutir a saúde mental dos adolescentes privados de liberdade.
2) Internação Compulsória:
O Brasil priorizou a implantação de serviços comunitários para o cuidado em saúde mental e o resultado foi a expansão da rede de atendimento e do acesso ao tratamento. Ainda que a lei 10.216 de 2001 descreva a internação como uma das estratégias possíveis para o tratamento dos transtornos mentais, ultimamente, alguns Estados e Municípios tem utilizado a internação como principal forma para lidar com a dependência de drogas. A OPAS/OMS no Brasil considera inadequada e ineficaz a adoção da internação involuntária ou compulsória como estratégia central para o tratamento da dependência de drogas.
3) Articulação de Redes Saúde e Socioeducação:
As redes estão presentes em nosso cotidiano (nas relações comunitárias, de parentesco e de vizinhança), no mundo dos negócios, na vida pública e, além disso, têm o condão de promover a interação entre os citados setores.
O que explica a existência de múltiplas redes são as necessidades humano-sociais, as quais colocam em movimento a busca por aludida interação e pela formação de vínculos afetivos (apoio mútuo), para a realização de empreendimentos socioeconômicos, políticos ou culturais. Uma rede envolve processos de circulação, de informações e de conhecimentos, demais de articulação, participação, cooperação.)