Como nós respondemos as pessoas em momentos críticos em suas vidas podem ter uma influência significativa sobre a sua capacidade para responder e gerenciar o que está acontecendo com usuários, como eles se prepararam para seu futuro e sua recuperação.
Durante a apresentação iremos discutir os princípios fundamentais de uma equipe de crise.
O objetivo do Serviço Equipe de crise é ofertar um trabalho flexível, competente e proativo, operando no domicílio.
O cuidado está ligado diretamente as questões: familiares, infraestrutura do domicílio e à oferta de diversas intervenções.
2) Saúde Mental e a comunidade:
Uma das proposições dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), serviços substitutivos de assistência à saúde mental de base comunitária e territorial, , é a intervenção no contexto de vida dos usuários, buscando explorar os recursos existentes para a viabilização dos projetos terapêuticos, os quais devem possibilitar transformações concretas no cotidiano.
A palestra vai discutir as possibilidades das práticas territoriais na produção de mudanças no cotidiano dos usuários. Compreender a representação que a equipe multiprofissional tem sobre "território" e "serviço de saúde mental de base territorial".
3) Estrutura, Vínculo e Rede de apoio da Família de um Usuário:
Os autores iniciam o artigo encalecendo o que estão considerando como família, um “sistema aberto interconectado com outras estruturas sociais.”
A família não se resume a laços sanguíneos, estendendo-se a todos aqueles com quem a pessoa possa compartilhar relações de cuidado, vínculos afetivos, de convivência e parentesco.
Em relação ao contexto de cuidado em saúde mental, os familiares desenvolveram um papel colaborativo no cuidado e assistência da pessoa em sofrimento psíquico, através do auxílio em atividades cotidianas, desde o autocuidado, passando pelo lazer, até ajudando no trabalho e inserção social do sujeito, entre outras atividades. Entretanto, a família pode sentir dificuldades em assumir esse papel, por motivos de sobrecarga, gastos financeiros, agressividade do familiar, etc.
4) Ouvir vozes em si não é sintoma de uma doença:
Assim como acontece com outras questões que envolvem a saúde mental das pessoas, o ouvir de vozes também se tornou um sinônimo de estigma social, visto que aquele que se autodeclarar um ouvidor, logo pode ser taxado
como louco.
Mas, na realidade, nenhum caso pode ou deve ser tratado dessa forma. Aquilo que se vem mostrando, com o tempo e estudos diversos, é que existe uma nova forma de se pensar a experiência de se ouvir vozes.
Grupos de pesquisadores e instituições que tratam sobre o tema, têm unido esforços em função da desconstrução dessa ideia de que ouvidores de vozes são, por exemplo, em alguma instância, esquizofrênicos.
Baseados na concepção de que as vozes, na realidade, dizem alguma coisa sobre aquele que as ouve, esse movimento mundial lida com o entendimento de suas mensagens, visa trazer autonomia para essas pessoas diante daquilo que experienciam, e é sobre esse universo que iremos abordar nesta palestra.
5) Estigma e preconceito à dura realidade na saúde mental:
O estigma relacionado com a transtornos mentais provém do medo do desconhecido, de um conjunto de falsas crenças que origina a falta de conhecimento e compreensão.
Com esta palestra, procura-se que haja uma melhoria do conhecimento, desmistificando falsas crenças e estereótipos e fornecendo novos dados acerca da doença mental e das pessoas que dela sofrem.
6) Abordagens etnoculturais na saúde mental:
A outra razão para o trauma racial ser único é que está relacionado com os ataques comunitários que as pessoas minoritárias (particularmente as pessoas de cor) recebem, mesmo que os perpetradores possam não ter a intenção de atacar pessoas. Podem ou não ser intencionais, mas estão sob a forma de micro agressões.
Estas experiências incluem ataques, mas também quaisquer ameaças de danos ou ferimentos. Além disso, quando as pessoas são testemunhas de ataques quando os ataques são perpetrados contra outras pessoas de cor, chamamos a isso trauma racial indireto.
Não podemos medicalizar o trauma racial porque, mais uma vez, é diferente de uma situação médica como o transtorno de estresse pós-traumático. Porque as origens, ou as raízes, do trauma racial, têm a ver com a história, com a opressão, e com questões sociopolíticas. Estas são as áreas que precisamos de abordar em um nível mais coletivo.
Os terapeutas que trabalham com pessoas com trauma racial precisam de estar ligados ao que se passa – as questões sociais, políticas, econômicas e sistêmicas da sociedade – porque neste momento fazer terapia não se trata apenas da pessoa que vem ao consultório e do que está a acontecer entre as quatro paredes.
Fazer terapia é também ajudar os clientes a viverem uma vida mais saudável fora da sala de terapia. É por isso que o profissional precisa de saber o que se está a passar fora dessas quatro paredes.
7) Autoajuda e Suporte em pares: Enik Recovery College:
Localizado na cidade holandesa de Utretch, o Enik Recovery College é um espaço de desenvolvimento pessoal, aprendizado e enfrentamento das dificuldades vividas por seus participantes, construído com base em princípios não convencionais do tratamento em saúde mental.
Trazendo as pessoas para estarem juntas enquanto enfrentam suas dificuldades particulares, seu foco em fazê-las aprender e superar seus desafios de forma conjunta, em constante compartilhamento de experiências, dá a forma que a instituição busca ter em decorrência de seus tratamentos.
A união das pessoas guia o apoio trocado, visando a autonomia, a mudança positiva e a retomada de uma vida saudável para todos.
8) Projetos Inovadores nos Caps:
Diálogo aberto: o envolvimento da família e amigos no cuidado da saúde mental em Carmo do Cajuru-MG: No Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) do pequeno município mineiro de Carmo do Cajuru, cuja população gira em torno de 22 mil habitantes, as equipes de saúde mental criaram novas estratégias de cuidado em meio ao contexto desfavorável da pandemia.
Através de um método denominado Diálogo Aberto, outras possibilidades de olhar o paciente com transtorno psíquico foram sendo desenhadas, envolvendo a redução do uso excessivo de medicamentos, a interação com as famílias e rede social da pessoa, o empoderamento de ex-usuários, com formação de suportes interpares, e a desconstrução de estereótipos.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) III Brasilândia, São Paulo, Brasil: O centro também realiza atividades e eventos na comunidade usando espaços públicos como parques, centros comunitários de lazer e museus.
Uma vez cadastrados como usuários do CAPS, os usuários do serviço desenvolvem um plano de atendimento individual (Projeto Terapêutico Singular (PTS)) com seu médico de preferência. O PTS mapeia a história, necessidades, rede social e apoio de uma pessoa.
Eles são apoiados na identificação de suas necessidades e desejos, projetos de vida são discutidos e estratégias de cuidado e apoio com responsabilidades compartilhadas.
O PTS é revisado regularmente pelo profissional de referência e pelos membros da equipe que trabalham de forma mais consistente com o usuário do serviço.