A violência em meio urbano e suas consequências constituem um tema que vem ocupando cada vez mais espaço nas agendas públicas de saúde. A relevância dos efeitos diretos e indiretos das dinâmicas da violência sobre o setor saúde provocou o crescente interesse de especialistas nas últimas duas décadas, seja pelas consequências da violência para a saúde das populações mais gravemente afetadas, seja pelo impacto sobre o processo de trabalho dos serviços de saúde (MINAYO, 1994, 2006).
Segundo definição da Organização Mundial da Saúde, a violência é o uso intencional da força física ou poder, de forma real ou sob a forma de ameaça, contra uma pessoa, um grupo ou comunidade, que resulta ou tem grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, baixo desenvolvimento ou privação (KRUG et al., 2002). No conjunto dos efeitos diretos da violência, o número de homicídios é considerado indicador universal e utilizado como parâmetro de mensuração e de comparação entre regiões ou países, sendo atualmente o principal responsável pelos elevados índices de mortalidade relacionados à violência na população mundial (UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME [UNODC], 2011).
Segundo estudo de prospecção da Organização Mundial da Saúde (OMS) para identificação da causa de mortalidade em 2002, foram computados, no conjunto de países participantes, em torno de 520.000 homicídios, uma taxa de 8,8/100 mil habitantes (KRUG et al., 2002). Fonte: https://www.scielo.br/j/fractal/a/6hWDtWcqTWBFFFjkhKR9svq/