Eixos Temáticos

Tópicos a serem discutidos no evento

  • O futuro da saúde mental no mundo

    Vários estudos apontam que os transtornos mentais são cada dia mais prevalentes, e isso só tende a crescer, tendo em vista as condições competitivas da vida contemporânea. Relatório global da Organização Mundial da Saúde aponta que o número de casos de depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015: são 322 milhões de pessoas em todo o mundo.
    A OMS aponta que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. Em todo o mundo, os modelos de tratamento comunitário, vêm demonstrando a superioridade desse estilo de abordagem interdisciplinar, bem mais efetivo que a tradição psiquiátrica tradicional, centrada na medicalização e em internação em hospitais.
  • Enik College: Centro para desenvolvimento e treinamento pessoal na saúde mental

    Enik Recovery College, Utrecht, Países Baixos

    A Escola de Recovery Enik é um centro para desenvolvimento e treinamento pessoal. Além de vários cursos e treinamentos, há outros espaços para apoiar pessoas com problemas de saúde mental ou vícios. Enik é um ambiente de aprendizado inspirador. Sem a intervenção dos provedores de cuidado em saúde mental, o usuário trabalha em seu próprio processo de recovery. Os vários cursos, treinamentos e grupos de recovery estão focados nisso. Nos encontros, trocas acontecem entre pessoas que compartilham o mesmo modo de pensar (grupo de apoio). Atém do treinamento, moradia também é oferecida a estudantes baseado em um viver social. Há um espaço de encontro social onde todos são convidados a se encontrar. Isto torna Enik Recovery College um conceito único.

    Eles acreditam em empoderar participantes para dar forma a sua própria recovery e a de outros em um espaço compartilhado de aprendizado. O Enik Recovery College usa uma abordagem educacional ao invés de um modelo terapêutico.

    • Apoiar pessoas no reconhecimento e uso de suas próprias habilidades e talentos
    • Participantes encontram sua própria maneira de dar significado ao que tem acontecido com eles
    • Participantes são reconhecidos como experts em decidirem que forma dar a sua própria vida
    • Assistência é dada na identificação de talentos e no desenvolvimento de habilidades
    • Participantes recebem apoio para alcançar desejos e metas pessoais
  • Open Dialogue

    Diálogo Aberto (Open Dialogue) na Finlândia, mostra como é possível tratar da esquizofrenia e das psicoses em geral, sem antipsicóticos, particularmente nos primeiros episódios agudos. A experiência finlandesa é a que de longe obtém os melhores resultados em todo o mundo ocidental. Na experiência na Finlândia, eles começaram a reforma do seu sistema de assistência com as assim chamadas ‘reuniões de tratamento’; isso foi em 1984.  E um detalhe que irá fazer a diferença: a medicação fazia parte do discutido nessas reuniões.
    Princípios do Diálogo Aberto:
    ·   Ajuda imediata (há algo decisivo nas vidas das pessoas a espera de ajuda)
    ·   Rede Social (explorando os recursos disponíveis, os seus saberes dos atores)
    ·   Flexibilidade e mobilidade (ver os pacientes em suas residências e em seu meio social)
    ·   Responsabilidade (o mesmo médico acompanha todo o processo de tratamento, quando há vários há muitas medicações prescritas inevitavelmente)
    ·   Continuidade psicológica (a equipe acompanha todo o processo)
    ·   Tolerância à incerteza (as dúvidas, o reconhecimento que há uma construção coletiva, que não se tem de antemão as soluções)
    ·   Diálogo (tudo é discutidos juntos, inclusive a própria medicação).
    Com esses princípios, na prática clínica a necessidade por medicamentos diminui muito significativamente.
  • Os benefícios das abordagens comunitárias na saúde mental: Grupo de ouvidores vozes

    A fim de difundir o trabalho realizado com pessoas que ouvem vozes, seus familiares e profissionais de saúde mental, no sentido de que essas pessoas possam lidar melhor e aceitar as vozes como uma experiência que pode ser vivida de forma não patológica.
    No campo da saúde, a experiência de ouvir vozes é tradicionalmente considerada como um sintoma da esquizofrenia, que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é um transtorno mental grave que afeta mais de 21 milhões de pessoas no mundo inteiro.
    Contudo, o trabalho desenvolvido pela Intervoice constitui-se como uma alternativa ao saber psiquiátrico acerca da alucinação auditiva verbal, na medida em que a audição de vozes não é tomada como a expressão de um processo de adoecimento.
    As pesquisas realizadas pela Intervoice mostram que ouvir vozes é uma experiência totalmente independente do diagnóstico de esquizofrenia e deve ser compreendida dentro da vasta gama das experiências subjetivas humanas. Neste sentido, a Intervoice defende que o problema não está em ouvir vozes, mas na dificuldade que algumas pessoas tem em lidar com essa experiência.
  • Abordagens etnoculturais na saúde mental

    A outra razão para o trauma racial ser único é que está relacionado com os ataques comunitários que as pessoas minoritárias (particularmente as pessoas de cor) recebem, mesmo que os perpetradores possam não ter a intenção de atacar pessoas. Podem ou não ser intencionais, mas estão sob a forma de micro agressões.

    Estas experiências incluem ataques, mas também quaisquer ameaças de danos ou ferimentos. Além disso, quando as pessoas são testemunhas de ataques quando os ataques são perpetrados contra outras pessoas de cor, chamamos a isso trauma racial indireto.

    Não podemos medicalizar o trauma racial porque, mais uma vez, é diferente de uma situação médica como o transtorno de estresse pós-traumático. Porque as origens, ou as raízes, do trauma racial, têm a ver com a história, com a opressão, e com questões sociopolíticas. Estas são as áreas que precisamos de abordar em um nível mais coletivo.

    Os terapeutas que trabalham com pessoas com trauma racial precisam de estar ligados ao que se passa – as questões sociais, políticas, econômicas e sistêmicas da sociedade – porque neste momento fazer terapia não se trata apenas da pessoa que vem ao consultório e do que está a acontecer entre as quatro paredes.

    Fazer terapia é também ajudar os clientes a viverem uma vida mais saudável fora da sala de terapia. É por isso que o profissional precisa de saber o que se está a passar fora dessas quatro paredes.
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