APRESENTAÇÃO
Segundo a OMS, o Brasil ocupa o 8º lugar entre os países com os maiores índices de suicídio. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2023, houve 16.262 registros de suicídio no Brasil no ano de 2022. Números da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, indicaram uma elevação de 43% no país de 2010 a 2019, passando de 9.454 casos de suicídio para 13.523. A pesquisa mostrou que todas as regiões do Brasil tiveram aumento das taxas.
Por ser um fenômeno complexo que envolve causas variadas, desde as psicológicas e biológicas até questões sociais, econômicas, políticas e culturais, é uma realidade que tem desafiado diariamente, em especial, diversos profissionais que atuam na saúde, educação, assistência social, dentre outros. Tem sido percebido que o aumento da incidência de suicídio nos últimos anos também apresenta relação com a pandemia da Covid-19, período marcado pelo medo, sofrimento e também pelas mudanças na economia, especialmente com o desemprego.
Construir estratégias de prevenção e posvenção, assim como lidar com os processos de luto, exige um conhecimento especializado e técnico, além de estudos territoriais em diversas regiões. Ainda persistem grandes lacunas entre as necessidades de saúde mental e o investimento e financiamento continuados em políticas públicas voltadas a essa área.
No cotidiano, tem crescido a necessidade do fortalecimento de ações em saúde mental, exigindo maior capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais e serviços. Neste contexto, observamos a necessidade de ampliar a formação teórica e prática no campo da saúde mental, voltada ao desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e posvenção do suicídio.