APRESENTAÇÃO

Pessoas que vivem a experiência de ouvir vozes sempre existiram na sociedade. Essa vivência pode ser nomeada de diversas formas e compreendida de diversas maneiras, seja pelo viés religioso, cultural, psicológico ou patológico. Ouvir vozes refere-se à audição de voz ou outro som mesmo na ausência de um estímulo externo (WOODS et a.l, 2014). 

Essas experiências tendem a ser das mais variadas, existindo vozes de diferentes formas, gêneros, idades e tons (ROMME e ESCHER, 1997; BAKER, 2009; CONTINI, 2017). Essa vivência pode trazer sofrimento, principalmente quando as vozes são depreciativas - acusatórias, ameaçadoras - causando impacto nas atividades do cotidiano (CORRADI-WEBSTER et al., 2019). 

Buscando dar suporte às pessoas que ouvem vozes, surgiu na década de 80 o Movimento Internacional de Ouvidores de Vozes (MIOV) - a partir de uma parceria entre Marius Romme e Patsy Hage - que luta pelo respeito, autonomia, integralidade e melhoria na qualidade de vida das pessoas que vivenciam tais fenômenos (ROMME e ESCHER, 1997; BAKER, 2009; INTERVOICE, 2023).

Sendo assim, mostra-se de grande importância a mudança no paradigma que circundam as pessoas que ouvem vozes e a elaboração de propostas terapêuticas em consonância com a luta antimanicomial e as novas abordagens em saúde mental

OBJETIVOS

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Conhecer a história da psiquiatria, da luta antimanicomial, do recovery moviment e do Movimento de Ouvidores de Vozes;

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Compreender o paradigma proposto pelo Movimento Internacional de Ouvidores de Vozes;



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Aprender a intervir em situações onde pessoas que ouvem vozes necessitem de auxílio, bem como criar e coordenar grupos de ouvidores de vozes.

CONHEÇA MAIS


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contando mais detalhes sobre o programa:


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Disciplinas e Cronograma: 
Aulas ao vivo, aos sábados, de 9h00 a 12h00

1. História da psiquiatria e do movimento de ouvidores


2)
História da loucura - como o ouvidor de vozes é visto pela sociedade?
Roberta Antunes Machado

Ementa: História da loucura: Antiguidade; Idade Média; renascença; contemporaneidade; mudanças de paradigma de como a sociedade vê os ouvidores de vozes.

3)
Movimentos mundiais da Reforma Psiquiátrica.e possibilidades de atendimento para ouvidores de vozes


Ementa: Crítica ao modelo manicomial Reformas psiquiátricas: Inglaterra, França, Itália. Contextualização do conceito de desinstitucionalização, e como o ouvidor de vozes era tratado antes da reforma e suas possíveis mudanças.

4)
Reforma psiquiátrica Brasileira e atendimento aos ouvidores de vozes


Ementa: movimento da reforma psiquiátrica no Brasil,como era o tratamento pra pessoas que ouvem vozes; que possibilidades os ouvidores possuem na RAPS hoje; conceito de reabilitação psicossocia

5)
Saúde coletiva e atenção primária à saúde
mental, possibilidades de atendimento aos
ouvidores de vozes
Deivisson VIanna

Ementa: Conceito de saúde coletiva; Inclusão das ações de saúde mental na atenção básica, como ofertar cuidado integral às pessoas que ouvem vozes; atendimento na atenção básica.

6)
Recovery Moviment e sua relação com a audição de vozes


Ementa: contextualizar o paradigma do recovery e o recovery moviment, explorar outras abordagens inspiradas no recovery em saúde mental, qual sua relação com o MIOV.

7)
História do Movimento Internacional de Ouvidores de Vozes
Paul Baker (Inglaterra)

Ementa: compreender o cenário em que ocorreu a criação do movimento; história da criação; contextualização do movimento no mundo hoje.

8)
Seminário Avaliativo

2. Outras perspectivas para o fenômeno de ouvir vozes

9)
Psicanálise - como o fenômeno de ouvir vozes é interpretado
Francis Juliana Fontana

Ementa: Como a psicanálise vê as vozes; sobre constituição psíquica/inconsciente, possibilidades de organização mental e criação de cuidados.

10)
Open Dialogue - como o fenômeno de ouvir vozes é interpretado
Olga Runciman (Dinamarca)

Ementa: Como o open dialogue dialoga com o MIOV, possibilidades de intervenção.

11)
Psicologia Analítica - como o fenômeno de ouvir vozes é interpretado

Ementa: Como a psicologia analítica vê as vozes; compreender o inconsciente a partir da psicologia analítica, desenvolvimento de complexos, arquétipos e possibilidade de intervenção.

12)
Perspectiva do Trauma - Eleonor e Dirk - vozes como dissociação do trauma
Dirk Corstens (Holanda)

Ementa: Trauma como criador das vozes, como explica Eleonor Longdern e Dirk Corsten.

13)
Perspectivas Espirituais - qual sua relação com os ouvidores de vozes

Ementa: Algumas perspectivas espirituais e como elas podem auxiliar na construção da narrativa; exemplos.

14)
Perspectiva filosófica - como a filosofia interpreta os ouvidores de vozes
Loraine Oltmann de Oliveira

Ementa: estudar os filósofos que teorizaram a audição de vozes na antiguidade clássica.

15)
Estudo de caso
Loraine Oltmann de Oliveira
16)
Seminário Avaliativo

3. Cuidado para pessoas que ouvem vozes

17)
Paradigma do Movimento Internacional de Ouvidores de Vozes
Luciane Kantorski

Ementa: O que o MIOV determina, mudança de paradigma, perspectiva de cuidado.

18)
Maastricht Interview para ouvidores de vozes
Paul Baker (Inglaterra)
Ementa: Aplicação da entrevista para melhor conhecimento das vozes, possibilidade de entrevista/intervenção.

19)
Arte como possibilidade de intervenção para ouvidores de vozes


Ementa: Arte terapia/ processos artísticos como possibilidade de compreensão, expressão e intervenção.

20)
Suporte entre pares
Lívia SIcaroni Rufato

Ementa: Como o suporte entre pares, pode auxiliar na trajetória de recovery dos Ouvidores de vozes.

21)
Atenção à crise para ouvidores de vozes
Rossana Seabra
Ementa: o que fazer em situações de agravamento, crise; atenção e manejo à crise em liberdade.

22)
Uso de Psicotrópicos e o cuidado em Liberdade - como ofertar cuidado ao ouvidor de vozes

Ementa: o papel mais crítico quanto às práticas clínicas, verificar possibilidades de intervenção medicamentosa a partir da horizontalidade da relação medico/usuário.

23)
Como ofertar cuidado ao ouvidor de vozes em setting terapêutico individual
Eduardo Augusto Leão

Ementa: Como adaptar os ensinamentos do Movimento Internacional de Ouvidores de vozes ao cuidado individual, instrumentalizando assim trabalhadores de saúde mental como psicólogos, terapeutas ocupacionais e psiquiatras.

24)
Seminário avaliativo

4. Grupos de ouvidores de vozes

25)
Grupos em Saúde Mental - possibilidades de atuação

Ementa: Possibilidades e tipos de grupos em saúde mental.

26)
Bases cientificas dos Grupos de Ouvidores de Vozes
Loraine Oltmann

Ementa: Retomada científica das bases dos grupos, a partir das pesquisas nos últimos anos.

27)
Construção de Grupo de Ouvidores de Vozes na RAPS

Ementa: Como construir um grupo com usuários de serviços de saúde mental ou atenção básica.

28)
Construção de Grupo de Ouvidores de vozes Autônomo
Loraine Oltmann
Ementa: Como desenvolver grupos autônomos/online ou presencial/ na comunidade.

29)
Construção de Grupos com Crianças e adolescentes ouvidores de vozes
Clarissa de Souza Cardoso

Ementa: Particularidades da infância e adolescência, possibilidade de criação de grupos.

30)
Grupo/apoio para familiares de pessoas que ouvem vozes
Celina Vilas Boas (Portugal)
Ementa: Como apoiar os familiares/ bases para a criação de um grupo de apoio às famílias.

31)
Estudo de caso
Loraine Oltmann


32)
Seminário avaliativo

5. Intersecções

33) 
Ouvidores de Vozes e gênero e sexualidade
Roberta Antunes Machado

Ementa: compreender a interface entre opressões de gênero e sexualidade e as vozes.

34) 
Ouvidores de Vozes e raça
Juliana Camará
 
Ementa: compreender os impactos da opressão racista; possibilidades de intervenção e cuidados específicos.

35)
Ouvidores de Vozes e População tradicional

Ementa: compreender os impactos da opressão sobre as populações tradicionais; compreender a cosmovisão e possibilidades de lida com as vozes.

36)
Seminário Avaliativo | Projeto de intervenção - construção e trocas de experiência
Loraine Oltmann

Ementa: Deve-se criar um plano estratégico de cuidado para pessoas que ouvem vozes no local de trabalho, envolvendo cuidados individuais e grupais - traçar um plano de ação, e utilizando como base um caso (pode ser real ou fictício).
Obs.: É perfeitamente possível haver alteração na grade curricular, visando à otimização do curso.


Corpo Docente

ROMUALDO CRONEMBERGER

Loraine Oltmann (coordenadora)

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2013). Mestre pela Universidade Federal do Paraná em Saúde Coletiva. Atuou como psicóloga clínica em um Centro de Atenção Psicossocial de 2014 à 2020. Atualmente atuando como Psicóloga Clínica Particular, Supervisora clínica e facilitadora de um Grupo de Ouvidores de Vozes autônomo.
CRIS FRANKLIN

Dirk Corstens - Holanda

Formado em Medicina e residência em Psiquiatria na Universidade de Maastricht e psicoterapeuta. Trabalha em serviços comunitários de saúde mental em Maastricht. Ele trabalhou com Marius Romme e Sandra Escher desde 1992, e agora lidera o grupo de ouvidores de vozes em Maastricht. Dirk também está preparando um PhD em cursos para ouvintes e profissionais, e o método de diálogo por voz para audição por voz
ROMUALDO CRONEMBERGER

Olga Runciman - Dinamarca

Formada em enfermagem e Psicologia pela Universidade de Copenhague. Educadora internacional e conferencista, assim como escritora, militante e artista. Ela é co-fundadora do movimento (hearing voices) da Dinamarca, e membro da organização dos Usuários da Psiquiatria na Dinamarca. Olga vê o hearing voices como um movimento pós-psiquiátrico.
CRIS FRANKLIN

Luciane  Prado Kantorski – UFEL

Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal de Santa Maria (1986), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (1994) e doutorado em Enfermagem pela Universidade de São Paulo -EERP-Ribeirão Preto (1998). Atuou como pesquisadora visitante na UNITO - Itália em 2019. Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal de Pelotas

METODOGIA

Aulas Interativas
As aulas serão interativas com discussões, debates, filmes, documentários, textos, oferecendo um espaço mais dinâmico de trocas de experiências que promovam um pensar crítico no âmbito da saúde mental infantojuvenil.
Área do Aluno
Ao entrar no curso, você terá acesso a área do aluno, um portal que tem como objetivo auxiliar seu processo de estudo e aprendizagem.



Tutor
O aluno vai ter o acompanhamento de um tutor durante o curso, que possibilitará a troca, a construção e a produção de saberes entre os alunos do curso.

Conteúdo 100% Online
Aulas ao vivo às sábado, das 9h00 às 12h00. Trilha de aprendizagem com materiais teóricos, vídeos e slides. Materiais das aulas e materiais complementares.


Desenvolver ações e projetos
Ao concluir o curso espera-se que os alunes possam planejar, organizar e executar ações de cuidado e projetos, seguindo os princípios do Movimento dos Ouvidores de Vozes (Intervoice)
Pós-Graduação On-line com Aulas Ao Vivo, possibilitando interação com professores e entre os alunos/as/es. Durante as aulas, ocorrerão atividades de reflexão e discussão de casos práticos.

Carga horária: 364 horas

As aulas irão ocorrer ao vivo, aos sábados, de 9h00 às 12h00. 
As aulas com professores internacionais serão traduzidas.

Perfil do Público Alvo

Profissionais graduados que atuem no campo da saúde, saúde mental e atenção psicossocial e profissionais graduados que trabalhem indiretamente com o campo ou tenham interesse.
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Certificação
A Faculdade Censupeg Nota 5 no MEC é a responsável pelo projeto pedagógico, regulamentos específicos, as condições de oferta obedecem as disposições legais vigentes e pela Certificação do aluno. A Faculdade CENSUPEG, situada em Joinville, SC, credenciada pela portaria No 1.596, de 10 de Setembro de 2019, publicada no D.O.U ( Diário Oficial da União) no dia 12 de Setembro de 2019. O Certificado será emitido com a carga horária de 364 horas ao final da formação.


INVESTIMENTO


R$ 5.940,00
20x R$ 297,00*

Pagamento via boleto bancário
Duração do curso: 14 meses
Carga horária: 364 horas
Início das aulas: 10/08/2024


* Valor referente ao desconto de 6% no valor da mensalidade para pagamento na data. O desconto pontualidade visa estimular o acadêmico ao pagamento da mensalidade até a data do vencimento.





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Perguntas Frequentes

A pós-graduação ONLINE: "Boas práticas no cuidado a pessoas que ouvem vozes" é reconhecida pelo MEC?

Sim, A Pós-Graduação é uma parceria do Cenat e da Faculdade Censupeg. A Faculdade Censupeg Nota 5 no MEC é a responsável pelo projeto pedagógico, regulamentos específicos, as condições de oferta obedecem as disposições legais vigentes e pela Certificação do aluno. A Faculdade CENSUPEG, situada em Joinville, SC, credenciada pela portaria No 1.596, de 10 de Setembro de 2019, publicada no D.O.U ( Diário Oficial da União) no dia 12 de Setembro de 2019. O Certificado será emitido com a carga horária de 364 horas ao final da formação. Reconhecido pelo MEC, constando os nomes dos professores do curso. O cursos de Pós-Graduação Lato Sensu do Cenat é certificado pela Faculdade Censupeg, que é responsável pela Direção Acadêmica do curso.

Pode iniciar a Pós-graduação antes terminar graduação?

De acordo com o Ministério da Educação, uma pós pode ser iniciada por pessoas que possuem diploma da graduação. Portanto, fica claro que não é possível cursar uma especialização antes de terminar a faculdade.

Quem pode fazer uma Pós-Graduação?

De acordo com a resolução CNE/CES nº 1/2018 do MEC, os cursos de pós-graduaçãopodem ser oferecidos para aqueles indivíduos que já possuem um diploma de Ensino Superior, seja ele referente a um bacharelado, a uma licenciatura ou a um tecnólogo.

O que é uma Pós-Graduação?

Essa pergunta é muito comum. Uma Pós-Graduação é a continuidade e o aperfeiçoamento dos estudos da Graduação, seja ela bacharelado, licenciatura ou tecnólogo. A Pós pode ser uma Especialização em determinada disciplina da área, mas também pode ser um Mestrado ou um Doutorado.

A Diferença entre Pos-Graduação Lato senso e Stricto sensu

A Especialização é um tipo de Pós-Graduação, conhecida como lato sensu, cujo foco é trazer conhecimentos avançados para o aluno, a fim de atender às demandas do mercado de trabalho. A Pós-Graduação ainda abriga as possibilidades de Mestrado e Doutorado, que são cursos stricto sensu, ou seja, têm o objetivo de aprofundar os conhecimentos através de pesquisas acadêmicas. A Pós-Graduação lato sensu é mais voltada para o mercado de trabalho, como, por exemplo, as Especializações e os MBAs. Já os cursos stricto sensu são destinados aos programas de Mestrado e Doutorado, atuando, portanto, na área acadêmica, desenvolvendo pesquisas que vão contribuir para o campo de estudo e dando aos alunos um título de Mestre ou Doutor.  

Preciso fazer TCC?

A avaliação de conteúdo será feita no final de cada bloco em atividades reflexivas. No final do último bloco será realizada a avaliação final, que será a construção de um projeto terapêutico singular, não sendo portanto necessário realizar um TCC.

1.Participação nas aulas;
2.Participação nos seminários;
3. No final de cada bloco de disciplinas, será avaliado o aluno pelas atividades reflexivas;
4. Atividade - no final do último bloco sob orientação dos docentes do módulo, o aluno realizará Planejamento de ações e estratégia em redes, por meio do projeto terapêutico singular.

Quanto tempo dura?

A Especialização em Saúde Mental tem a duração de 364 horas, o que corresponde a 14 meses de estudos, sendo dividido em 5 eixos diferentes.

Qual é o título de quem faz especialização?

A especialização é um tipo de pós-graduação que tem como objetivo aprimorar os conhecimentos técnicos do profissional em uma área específica de sua carreira. Quem conclui um curso de especialização recebe o título de especialista. Especialista no cuidado a pessoas que ouvem vozes.

Contato

  • Atendimento por e-mail
    Entre em contato com nossa equipe pelo
    e-mail: processoseletivo@cenatcursos.com.br
  • Atendimento por WhatsApp
    Para tirar dúvidas sobre a inscrição do curso: (12) 99185-1221
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    Fale com a nossa Consultora do Processo Seletivo - Victoria Rodrigues